Milhanas (I): "A poesia transforma-se à medida que eu me transformo, e isso é quase uma atitude egoísta. É egoísta porque o meu amor pela poesia é sobre mim."
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Chama-se Milhanas, tem 22 anos, e estreou-se na cena musical portuguesa em 2023 com o disco De Sombra a Sombra. A ligação à poesia, conta-nos, deve-se a uma professora de Literatura do secundário que lhe permitiu uma interpretação mais livre dos poemas, contrariando a análise teórica e pragmática que conhecia até essa altura.Desde a adolescência que leva a cabo uma espécie de diálogo com os poemas que vai lendo: quando gosta e se sente tocada pelas palavras de um poeta, escreve de volta em resposta e diálogo que o que acabou de ler. De vez em quando, essas respostas podem ser letras de canções, na maioria das vezes ficam na gaveta.
Gostaria, um dia, de fazer um disco que incluísse em todas as canções um verso de um poema de que gosta. Já experimentou esse modelo neste primeiro trabalho usando estas palavras de António Barahona no refrão: "que Deus te pague o silêncio que me deste"
Neste podcast, conversamos sobre este percurso de proximidade com a palavra escrita, a que lê e a que vai experimentando, sobre música, sobre a importância da arte na sociedade actual.
Poemas:
Alexandre O' Neill - Um Adeus Português
Fausto - O que a vida me deu
Maria do Rosário Pedreira - Ainda bem que não morri de todas as vezes
José Saramago - Não me peçam razões
Daniel Faria - Estranho é o sono que não te devolve